Tuberculose

tuberculose

A tuberculose pulmonar é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afecta principalmente os pulmões.

A transmissão ocorre através de gotículas expelidas no ar quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. Os sintomas incluem tosse persistente, por vezes com sangue, febre, suores nocturnos, perda de peso e fadiga.

Em Portugal, a tuberculose continua a ser um problema de saúde pública, embora a sua incidência tenha vindo a diminuir nas últimas décadas. Segundo dados recentes da Direcção-Geral da Saúde, a taxa de incidência em 2021 foi de 15,8 casos por 100.000 habitantes, o que representa uma redução significativa em relação a anos anteriores.

No entanto, existem disparidades regionais, com as áreas urbanas, particularmente Lisboa e Porto, a apresentarem taxas mais elevadas. Factores como a imigração, condições socioeconómicas precárias e co-infecção com VIH contribuem para a persistência da doença.

O Programa Nacional para a Tuberculose tem implementado estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Dr. Gustavo Reis
22 ago 2024

Calor e as patologias pulmonares

calor respiracao

O calor intenso tem um impacto significativo na patologia pulmonar, afetando tanto pessoas com condições preexistentes como indivíduos saudáveis. As altas temperaturas podem exacerbar diversas doenças respiratórias, representando um desafio para pneumologistas e doentes.

Na asma, o calor pode desencadear crises ao causar broncoconstrição e inflamação das vias aéreas. Os doentes com DPOC frequentemente vivenciam agravamento dos sintomas, como falta de ar e tosse, devido à desidratação e ao aumento da viscosidade das secreções brônquicas.

A fibrose pulmonar, uma doença intersticial, pode ser particularmente afetada pelo calor. A respiração mais rápida e superficial, comum em dias quentes, pode aumentar a sensação de falta de ar nestes doentes.

O calor também propicia o aumento de infeções respiratórias. A desidratação prejudica os mecanismos de defesa naturais das vias aéreas, tornando-as mais suscetíveis a agentes patogénicos.

Em casos graves, o stress térmico pode levar à hipertermia, uma condição potencialmente fatal que afeta todo o organismo, incluindo o sistema respiratório.

A poluição atmosférica, frequentemente agravada em períodos quentes, interage negativamente com o calor, potenciando os seus efeitos nocivos sobre o aparelho respiratório.

Para mitigar estes riscos, recomenda-se que os doentes com patologias pulmonares evitem a exposição prolongada ao calor, se mantenham bem hidratados e sigam rigorosamente os planos terapêuticos prescritos. Em casos de agravamento dos sintomas, é fundamental procurar rapidamente assistência médica.

Dr. Gustavo Reis
11 ago 2024

Antibióticos e Resistências

antibióticosA resistência aos antibióticos é um problema de saúde pública cada vez mais grave. Ocorre quando as bactérias desenvolvem mecanismos para sobreviverem aos seus efeitos, tornando estes medicamentos menos eficazes no tratamento de infeções.

O uso excessivo e inadequado de antibióticos é a principal causa deste processo. Quando tomamos antibióticos sem necessidade ou de forma incorreta, as bactérias têm a oportunidade de se adaptar e adquirirem resistências.

Isto pode acontecer quando:

  1. Usamos antibióticos para tratar infeções virais, como constipações, covid e gripes;
  2. Não completamos o tratamento na duração prescrita;
  3. Partilhamos antibióticos com outras pessoas;
  4. Usamos antibióticos de modo indiscriminado.

A resistência aos antibióticos tem consequências sérias. Infeções que dantes eram facilmente tratáveis podem tornar-se de tratamento complexo e por vezes fatais.

Para combater este problema, todos temos um papel importante:

  1. Usar antibióticos apenas quando prescritos por um médico;
  2. Completar sempre o tratamento, mesmo que se sinta melhor;
  3. Não guardar restos de antibióticos para uso futuro;
  4. Praticar bons hábitos de higiene para prevenir infeções;
  5. Manter as vacinas em dia.

A investigação prossegue no desenvolvimento de novos antibióticos, mas este processo é lento e caro. Por isso, é crucial preservar a eficácia dos fármacos existentes.

A resistência aos antibióticos é um desafio global que requer o esforço de todos: doentes, profissionais de saúde, indústria farmacêutica e governos.

Ao usarmos os antibióticos de forma responsável, podemos ajudar a proteger estes medicamentos vitais para as gerações futuras.

Dr. Gustavo Reis
06 jul 2024

Asma de Esforço

A asma de esforço, também conhecida como broncoespasmo induzido pelo exercício, é uma condição em que a atividade física desencadeia sintomas de asma. Ocorre quando as vias aéreas se estreitam temporariamente durante ou após o exercício, dificultando a respiração.

Principais características

asma de esforco
  • Sintomas: Tosse, pieira no peito, falta de ar e aperto no peito, geralmente 5-20 minutos após iniciar o exercício.
  • Duração: Os sintomas costumam durar 30-60 minutos, mas podem persistir por horas.
  • Prevalência: Afeta até 90% das pessoas com asma e 10% da população geral.

Causas possíveis

  • Respiração acelerada durante o exercício desidrata e arrefece as vias aéreas.
  • Perda de calor e humidade nas vias aéreas provoca inflamação e broncoconstrição
  • Ar frio e seco agrava os sintomas.

Fatores de risco

  • Asma mal controlada
  • Alergias respiratórias
  • Prática de desporto em ambientes frios e secos
  • Poluição do ambiente

Tratamento e prevenção

  • Uso de broncodilatadores antes do exercício
  • Aquecimento adequado antes da atividade física
  • Inspirar pelo nariz para aquecer e humidificar o ar
  • Controlo adequado da asma com medicamentos controladores
  • Escolha de atividades menos propensas a desencadear sintomas (ex: natação)

A asma de esforço não deve impedir a prática de exercícios. Com tratamento adequado e estratégias de prevenção, a maioria das pessoas pode manter um estilo de vida ativo e saudável.

Dr. Gustavo Reis
21 jul 2024

Micronódulos Pulmonares

Os micronódulos pulmonares são pequenas lesões arredondadas nos pulmões, geralmente com apenas escassos milímetros de diâmetro, que podem ser detetadas através de uma Tomografia Computorizada (vulgarmente designada TAC) do tórax. Estas estruturas minúsculas são frequentemente descobertas de forma acidental durante exames de rotina ou na investigaçäo de outros problemas de saúde.

micronodulos pulmonares

É importante compreender que a presença de micronódulos não é necessariamente motivo de alarme. Na maioria dos casos, são benignos e podem resultar de infeções antigas, pequenas cicatrizes ou reações inflamatórias. No entanto, nalgumas situações, podem ser um sinal precoce de doenças mais sérias.

Quando os micronódulos são identificados numa TC, o médico avalia vários fatores para determinar o risco e a necessidade de acompanhamento. Estes incluem o tamanho, a forma, a localização e o número de nódulos, bem como os antecedentes pessoais e familiares do doente e fatores de risco como tabagismo ou outras exposições.

Em função disso, o seguimento pode envolver TCs adicionais para monitorizar eventuais alterações ao longo do tempo. Em alguns casos, pode ser necessário realizar outros exames, como uma biopsia, para obter um diagnóstico definitivo.

Para muitos doentes, a descoberta de micronódulos pode causar muitas ansiedade. Contudo, é essencial manter a calma e seguir as orientações médicas, que estão devidamente protocoladas. A maioria dos micronódulos permanece estável e alguns podem até desaparecer ao longo do tempo.

Em resumo, se por um lado os micronódulos pulmonares merecem a nossa melhor atenção, na maior parte dos casos não representam um problema grave de saúde. Uma abordagem cuidadosa e um acompanhamento adequado são fundamentais para garantir o melhor desfecho possível.​​​​​​​​​​​​​​​​

Costumo dizer aos meus doentes que encontrar micronodulos numa TC é como conhecer pessoas. De uns gostamos mais, de outros menos, mas só realmente o tempo nos mostra efetivamente quem são.

Dr. Gustavo Reis
1 jul 2024